Qual o tamanho do mercado agro de Brasil e EUA e o peso de Trump na presidência
Na madrugada de hoje (6), manhã em West Palm Beach, na Flórida, após a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, ele fez um discurso em que reafirmou seu compromisso com as promessas de campanha. Trump disse durante toda a sua jornada de volta à Casa Branca que a intenção é implementar políticas protecionistas, incluindo a imposição de tarifas sobre produtos importados, com o objetivo de fortalecer a economia americana e proteger os empregos domésticos. “Tarifa é a palavra mais bonita do dicionário”, disse ele em outubro, durante um discurso de campanha.
Eleito, tudo pode mudar, a depender de negociações. Mas, caso cumpra as promessas, as importações agrícolas do Brasil podem correr um risco de entrar no pacote de medidas, embora lideranças do setor no país aposte no contrário. Os EUA são o segundo maior comprador do agro brasileiro, atrás apenas da China. Na última década, entre 2014 e 2023, os EUA importaram do Brasil, em valores nominais, US$ 76,7 bilhões em produtos do agro brasileiro, dos quais US$ 36,7 bilhões ocorreram no primeiro mandato de Trump, entre os anos de 2017 a 2021, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
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Esse comércio ocorre com uma balança comercial extremamente favorável ao Brasil. Na década, o Brasil importou do agro norte-americano apenas US$ 11,8 bilhões. Em 2010, por exemplo, o maior valor já registrados em exportações brasileiras para os EUA, o valor do que foi vendido chegou US$ 10,5 bilhões, ante US$ 1 bilhão em compras.
Os EUA compram do Brasil uma vasta variedade de produtos, como bebidas, animais vivos (cavalos, por exemplo), cacau e derivados, café, carne (bovina, aves e suína), cereais e farinhas, chá mate e especiarias, complexo soja (farelo, óleo e grãos), complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol), couros e peles, fibras têxteis, frutas (incluindo castanhas), fumo, lácteos, pescados, plantas vivas e floricultura, produtos apícolas, florestais e hortícolas, oleaginosas além da soja, ração animal e sucos.
No ano passado, as vendas do Brasil aos EUA foram de US$ 9,8 bilhões. O café está entre os principais produtos. Foram embarcadas 340,6 mil toneladas por US$ 1,3 bilhão. “Apesar de seu discurso em campanha, é necessário aguardarmos o início do novo governo de Donald Trump, a quem externamos felicitações e uma boa gestão à frente da maior economia do mundo”, disse à Forbes, Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), e entidade que reúne 123 empresas e cooperativas, entre elas nomes como Cooxupé, Coopercitrus, Cofco, Eisa, Mitsu, Unicafé, entre outros.
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