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A ciência por trás da \'minilua\' que vai entrar na órbita terrestre por 2 meses

A ciência por trás da \'minilua.

Publicada em 25/09/24 às 12:35h - 17 visualizações

por TV Agnus do Rio de Janeiro


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Mini Lua.  (Foto: (ilustração genérica de um asteroide) © Getty Images)

A ciência por trás da 'minilua' que vai entrar na órbita terrestre por 2 meses


Durante cerca de dois meses, o nosso planeta terá uma segunda "Lua" em sua órbita.

asteroide, que recebeu o nome de 2024 PT5, foi observado pela primeira no dia 7 de agosto.

Segundo as análises publicadas até agora, ele tem entre oito e 18 metros de comprimento e fará "companhia" à Terra entre os dias 29 de setembro e 25 de novembro de 2024.


Na sequência, o asteroide seguirá sua trajetória pelo Sistema Solar, em sua órbita regular ao redor do Sol.

Confira a seguir tudo o que se sabe sobre essa "minilua".

O 2024 PT5 é mesmo uma minilua?

Em entrevista ao programa Today, da BBC Radio 4, a astrônoma Jenifer Millard explicou que a tal "minilua" é "um asteroide que foi capturado temporariamente pela gravidade da Terra".

"Ele fica na nossa órbita por alguns meses e depois segue o seu caminho ao redor do Sol", complementou ela.

O engenheiro de navegação Davide Farnocchia, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, a agência espacial dos EUA, pondera que não é adequado usar o termo "minilua" para descrever o 2024 PT 5.

"Esse asteroide está muito distante da Terra", afirmou ele, em entrevista ao BBC Reel.

De acordo com o especialista, há duas condições para um objeto orbitar ao redor de nosso planeta.

"O primeiro fator é a distância em relação à Terra. A Lua está próxima o suficiente para que a atração gravitacional de nosso planeta seja a força dominante a determinar o movimento desse satélite natural", detalhou Farnocchia.

O engenheiro pontua que a Terra tem uma "esfera de influência" de cerca de quatro distâncias lunares, ou 1,5 milhão de quilômetros.

Em outras palavras, para que o movimento de um corpo celeste seja influenciado pela gravidade de nosso planeta, ele precisa estar dentro desse raio de ação.

Só que o 2024 PT 5 vai passar a 9 distâncias lunares da Terra — ou seja, fora dessa esfera de influência.

"O segundo componente é que a energia da Lua é negativa", explicou Farnocchia.

"Isso significa que a Lua não se move numa velocidade suficiente para se afastar da Terra."

"Esse objeto [o 2024 PT5] também possui uma energia negativa em relação à Terra, que é uma das duas condições necessárias."

"Ou seja, o asteroide se move ao redor do Sol e está próximo da Terra. Mas não tão próximo para ser 'capturado' de forma definitiva pelo nosso planeta e começar a fazer uma órbita, como a Lua", completou o especialista.

O 2024 PT5 vai afetar a Terra?

Segundo Farnocchia, a resposta é não.

"O asteroide não terá qualquer efeito nos satélites ou na Terra", respondeu ele.

"Não há com o que se preocupar", disse o pesquisador.

A Lua está suficientemente próxima da Terra para sofrer uma influência gravitacional© Getty Images

Será possível observar o 2024 PT5?

Infelizmente, esse asteroide não poderá ser visto a olho nu ou com equipamentos amadores de observação do céu.

Ele só será visível por telescópios profissionais, disponíveis em centros de pesquisa em astronomia.

Como mencionado no início da reportagem, o 2024 PT5 é um objeto bem pequeno — ele tem mais ou menos o tamanho de um ônibus.

No entanto, cientistas terão um tempo considerável, de quase dois meses, para acompanhar de perto a "viagem" do asteroide e estudá-lo a fundo.

"Os profissionais poderão observar a trajetória e levantar dados adicionais sobre ele", acrescenta Farnocchia.

A BBC Reel lembra que um outro asteroide será visível a olho nu nos próximos anos: o Apophis vai passar perto de nosso planeta no dia 13 de abril de 2029.

Por fim, Millard destacou o fato de o 2024 PT5 ter sido descoberto apenas em agosto deste ano.

"Isso mostra o quão cheio é o nosso Sistema Solar e quantas coisas ainda precisam ser descobertas", disse ela.

"Nós conhecemos cerca de 34 mil asteroides na nossa 'vizinhança'. Mas há outras centenas de milhares de asteroides que ainda não foram descritos."

"Isso só reforça a importância de monitorarmos e observarmos o espaço", conclui a astrônoma.




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