Procurador-geral da Venezuela vai arquivar investigação contra Edmundo González após obter asilo na Espanha
Após chegar à Espanha na condição de asilado político, Edmundo González enviou uma mensagem aos venezuelanos. No áudio divulgado pela equipe do opositor, González afirma que sua “saída de Caracas foi cercada por episódios, pressões, constrangimentos e ameaças para não permitir minha saída”. Este ex-diplomata de 75 anos ganhou notoriedade após concorrer contra Nicolás Maduro na eleição de 28 de julho. González afirma que é o verdadeiro vencedor do pleito. O resultado que não pôde ser comprovado após o Conselho Nacional Eleitoral não publicar as atas da votação.
Por Elianah Jorge, correspondente da RFI Brasil em Caracas
O avião da Força Armada espanhola saiu na madrugada deste sábado de Caracas. Fez um pouso na República Dominicana e depois seguiu para o arquipélago português dos Açores. Edmundo González e sua esposa, Mercedes, chegaram a Madrid na manhã deste domingo.
Horas depois, a líder opositora Maria Corina Machado afirmou pelas redes socias que “o presidente eleito da Venezuela” saiu do país. Segundo Machado, a vida de González “corria perigo” e que ele vinha enfrentando “crescentes amenaças, intimações, ordem de prisão e inclusive tentativas de chantagem e de coação”.
“Diante desta brutal realidade, é necessário para nossa causa preservar sua liberdade, sua integridade e sua vida”, disse a opositora.
Corina acrescentou que “em 10 de janeiro de 2025, o presidente eleito Edmundo González Urrutía tomará posse como Presidente Constitucional da Venezuela e Comandante em Chefe das Forças Armadas Nacionais. Que isso fique bem claro para todos: Edmundo lutará de fora ao lado da nossa diáspora e eu continuarei fazendo isso aqui (dentro da Venezuela), ao lado de vocês. Venezuelanos, esta luta é até o final. A vitória é nossa”.
O procurador-geral Tarek William Saab, em coletiva de imprensa na tarde deste domingo, informou que o Ministério Público venezuelano respaldou a decisão do Poder Executivo de fornecer um salvo-conduto ao ex-candidato Edmundo González para que este pudesse buscar asilo em Espanha.
Mais tarde, em entrevista a um canal internacional, Saab informou que a investigação aberta contra Edmundo será arquivada após o opositor ter saído da Venezuela. Para Saab, a ida de González à Espanha significa uma “mudança” ao processo judicial.
González estava sob ordem de prisão após se negar comparecer à Justiça da Venezuela. Ele foi acusado de seis crimes, entre eles o de conspiração. O caso estava sendo acompanhado pelo Tribunal Antiterrorismo. O opositor sempre negou as acusações.
Edmundo não aparecia em público desde 30 de julho. Neste domingo, foi informado que primeiro ele se refugiou na Embaixada dos Países Baixos, onde ficou até a última quinta-feira (05). Depois, foi à Embaixada da Espanha em Caracas, onde solicitou asilo politico a este país.
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