Rio - O maqueiro Eberson Luiz Santos da Silva, de 42 anos, disse que era trabalhador e chegou a apresentar um crachá, antes de ser morto, na Vila Kennedy, Zona Oeste. O caso aconteceu no último sábado (25), quando ele foi baleado com dois tiros na perna e outro na barriga, em uma abordagem de policiais militares, durante uma ação na comunidade. A vítima chegou a ser levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com o advogado da família, na tarde de sábado, Eberson seguia para o trabalho na garupa de um mototáxi, quando pararam para falar com um amigo, próximo a um local que seria ponto de venda de drogas da comunidade. Ed Wilson Dutra conta que os policiais militares abordaram a vítima atirando duas vezes contra suas pernas. Caído no chão, o maqueiro teria dito que era trabalhador e mostrado um crachá, mas os agentes atiraram de novo, dessa vez em sua barriga.
"Eles foram abordados já levando tiros, o local me parecia ser um ponto de venda de drogas e os 'caras' que vendiam as drogas correram. Acertaram as pernas dele, imobilizaram ele (com os tiros) e ele caiu no chão. Nessa caída no chão, ele falou que era trabalhador, mostrou a documentação e a polícia não deixou (os vizinhos) socorrerem ele, jogou spray de pimenta nas pessoas que estavam em volta e deu um outro disparo na barriga dele. A comunidade tentando socorrer ele, falando que ele era trabalhador, mostrando o crachá, que ele estava saindo para trabalhar, eles impediram o socorro do rapaz", relatou o advogado.
Ainda de acordo com Dutra, após as tentativas dos moradores de prestarem socorro, os PMs colocaram o homem na viatura e o levaram para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, também na Zona Oeste do Rio, mas ele já chegou à unidade de saúde sem vida. Segundo o advogado, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou a causa da morte como hemorragia interna provocada por perfuração por arma de fogo. A família da vítima estuda processar o Estado por homicídio.
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