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Reuters Reuters Israel anuncia primeiras incursões terrestres de tropas em Gaza

Israel anuncia primeiras incursões terrestres de tropas em Gaza

Publicada em 13/10/23 às 21:10h - 25 visualizações

por TV Agnus do Rio de Janeiro-Reuters Reuters


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Israel em Guerra.  (Foto: © Thomson Reuters Foto.)

Israel anuncia primeiras incursões terrestres de tropas em Gaza


JERUSALÉM (Reuters) - Israel anunciou que sua infantaria e tanques realizaram incursões dentro da Faixa de Gaza nesta sexta-feira, em uma mudança de uma guerra aérea para operações terrestres com o objetivo de erradicar os combatentes do Hamas, uma semana depois do ataque letal do grupo militante islâmico no sul de Israel.

Alguns moradores de Gaza estavam abandonando suas casas nesta sexta-feira para escapar do caminho de um ataque israelense, depois que Israel ordenou que mais de um milhão de pessoas deixassem a metade norte da Faixa de Gaza em 24 horas. O Hamas lhes disse para não saírem.

O porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que tropas apoiadas por tanques realizaram incursões para atacar as equipes de foguetes palestinas e buscar informações sobre a localização dos reféns tomados pelo Hamas.

Vários milhares de residentes podiam ser vistos nas estradas que saíam da parte norte da Faixa de Gaza, mas é impossível saber seu número. Muitos outros disseram que não iriam.

O Hamas, que controla o território palestino densamente povoado, prometeu lutar até a última gota de sangue. O Exército israelense disse que um número significativo de habitantes de Gaza começou a se deslocar para o sul "para se salvar".

"A morte é melhor do que ir embora", disse Mohammad, de 20 anos, em pé na rua, do lado de fora de um prédio reduzido a escombros em um ataque aéreo israelense há dois dias, perto do centro de Gaza. "Eu nasci aqui e vou morrer aqui, sair é um estigma."

As mesquitas transmitem a mensagem: "Fiquem em suas casas. Fiquem em suas terras".

"Dizemos ao povo do norte de Gaza e da Cidade de Gaza: fiquem em suas casas e em seus lugares", declarou Eyad Al-Bozom, porta-voz do Ministério do Interior do Hamas, em uma coletiva de imprensa.

"Ao realizar massacres contra os civis, a ocupação quer nos deslocar mais uma vez de nossa terra."

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o pedido de Israel para que os civis de Gaza deixassem o território era impossível de ser realizado "sem consequências humanitárias devastadoras", o que provocou uma repreensão de Israel, que disse que a ONU deveria condenar o Hamas e apoiar o direito de autodefesa de Israel.

"O laço em torno da população civil em Gaza está se apertando. Como 1,1 milhão de pessoas podem se deslocar por uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas?", escreveu Martin Griffiths, chefe de ajuda da ONU, nas redes sociais.

"TAREFA DIFÍCIL"

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que seria impossível para as organizações de ajuda auxiliarem "um deslocamento tão grande de pessoas em Gaza" enquanto o local permanecer sob o cerco israelense.

"As necessidades são impressionantes, e as organizações humanitárias precisam ser capazes de aumentar as operações de ajuda."

Os Estados Unidos, que pediram a Israel que protegesse os civis, não hesitou em apoiar publicamente seu aliado. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que uma retirada tão grande era uma "tarefa difícil", mas que Washington não questionaria a decisão de dizer aos civis para saírem.

"Entendemos o que eles estão tentando fazer e por que estão tentando fazer isso -- para tentar isolar a população civil do Hamas, que é seu verdadeiro alvo", afirmou ele à MSNBC.

A ordem de retirada de Israel se aplica à metade norte da Faixa de Gaza, incluindo o maior assentamento do enclave, a Cidade de Gaza. A ONU disse ter sido informada de que Israel queria que toda a população da área -- cerca de metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza -- atravessasse a reserva natural de Gaza Wadi, que divide o enclave.

"Civis da Cidade de Gaza, saiam para o sul para sua própria segurança e a segurança de suas famílias e se distanciem dos terroristas do Hamas que os estão usando como escudos humanos", disseram os militares israelenses.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, que é rival do Hamas, disse ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na Jordânia, que o deslocamento forçado dos palestinos em Gaza constituiria uma repetição de 1948, quando centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos do que hoje é Israel. A maioria dos habitantes de Gaza são descendentes desses refugiados.

Gaza já é um dos lugares mais lotados do mundo e, por enquanto, não há saída. Israel impôs um bloqueio total, e o Egito, que também tem uma fronteira com o enclave, até agora resistiu aos apelos para abri-la aos moradores em fuga.

O Cairo disse que o apelo de Israel para que os habitantes de Gaza deixem suas casas foi uma violação do direito humanitário internacional que colocaria os civis em perigo.

Desde que os combatentes do Hamas atravessaram a barreira e mataram 1.300 israelenses no sábado, Israel respondeu com os ataques aéreos mais intensos de seus 75 anos de conflito com os palestinos. As autoridades de Gaza dizem que 1.800 pessoas foram mortas, e a ONU afirma que 400.000 pessoas já ficaram desabrigadas.

(Reportagem de Henriette Chacar, Dedi Hayun, Maayan Lubell, Emily Rose, James Mackenzie em Jerusalém, Michelle Nichols em Nova York, Emma Farge em Genebra, Jeff Mason em Washington, Humeyra Pamuk em Tel Aviv, Steve Gorman e Dan Whitcomb em Los Angeles e Emma Farge em Genebra)




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