O ministro da Defesa, José Múcio, disse nesta 5ª feira (21.set.2023) que o clima de “suspeição coletiva” incomoda as Forças Armadas. Fala vem depois de o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, dizer em delação à Polícia Federal que o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, apoiou um plano de golpe.
Na saída do ministério, Múcio declarou que o golpe “não interessou” as Forças Armadas e classificou o suposto apoio de Garnier como “caso isolado”. Disse ainda que se encontrará com o atual comandante da Marinha, o almirante Marcelo Sampaio Oslen, para tratar sobre o tema.
A minuta de golpe teria sido entregue a Bolsonaro pelo ex-assessor Felipe Martins. Segundo Cid, o plano de golpe de Estado teria sido apoiado só pelo então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier. A proposta não recebeu apoio dos outros chefes das Forças (Aeronáutica e Exército).
A minuta do plano de golpe teria sido elaborada por um advogado constitucionalista que, por meio de Martins, teria entregado em mãos a Bolsonaro durante um encontro. A PF investiga se é a mesma peça encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres.