Estadão Estadão Cármen Lúcia atribui a Bolsonaro ‘consciência de perverter’; veja voto decisivo para inelegibilidade
A ministra Cármen Lúcia deu o voto decisivo nesta sexta-feira, 30, para que o ex-presidente Jair Bolsonaro fique inelegível até 2030. Primeira a votar no quarto dia de julgamento de Bolsonaro, a vice-presidente do TSE indicou que o ex-chefe do Executivo foi responsável por um ‘monólogo de autopromoção’ com ‘agravos contundentes’ contra o Judiciário.
Nessa linha, Cármen destacou que as alegações de Bolsonaro sobre as urnas, sem provas, ‘não tinham razão de ser que não desqualificar a Justiça Eleitoral e com isso atacar a democracia’. Em dura ponderação, indicou que Bolsonaro quis ‘solapar a confiabilidade’ do processo eleitoral, ‘sem o qual teríamos democracia’.
“Nos últimos tempos nós temos sido fustigados com toda acidez, com todas as críticas, e a crítica faz parte. O que não se pode é um servidor público, no espaço público, no equipamento público, fazer achaques contra ministros do Supremo como se não estivessem atingindo a própria instituição. E não há democracia sem Poder Judiciário independente”, ressaltou.
Com o voto de Cármen Lúcia, o Supremo já tem maioria para alijar Bolsonaro da corrida eleitoral até 2030. No início da sessão desta sexta, a ministra disse que seu voto tinha mais de cem páginas e que leria um resumo dos argumentos. Em seguida, antecipou o posicionamento, de que acompanharia o relator Benedito Gonçalves pela inelegibilidade do ex-presidente.